Manter as vacinas para idosos em dia ajuda na manutenção da qualidade de vida e evita doenças que, dependendo do quadro clínico, pode levar a óbito. Para ajudar nesta tarefa, a Rosinhas Cuidadores de Idosos separou uma lista das vacinas recomendadas para a terceira e quarta idade, de acordo com a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), com explicação de quando tomar e o motivo.
Conhecendo o calendário de vacinas para idosos
Influenza (gripe)
A vacina da gripe é oferecida anualmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelas clínicas privadas nos meses que antecedem o inverno. O período de vacinação é escolhido porque no inverno há uma incidência maior da doença.
É uma vacina de rotina para várias idades. Deve ser tomada por pessoas da terceira e quarta idade por existir um risco maior do desenvolvimento de formas graves da doença em indivíduos acima dos 60 anos.
Recomenda-se que não pule um ano por ter tomado no ano anterior. Todos os anos a composição da vacina muda, seguindo as mutações do vírus da influenza.
Pneumocócicas 13 (VPC13) e 23 (VPP23)
As vacinas pneumocócicas têm o objetivo de preparar o corpo para combater a bactéria Streptococcus pneumoniae, que causa doenças como pneumonia e meningite em adultos. Entre os indivíduos com mais de 50 anos, a pneumonia é a principal causa de internação. Por isso é importante que idosos tomem a vacina.
As vacinas pneumocócicas imunizam contra:
- Otite (inflamação aguda do ouvido)
- Pneumonia
- Meningite
- Septicemia (infecção do sangue)
- Bacteremia
- Sinusite
- Artrite infecciosa
- Osteomielite (infecção dos ossos)
A VPC13 é aplicada apenas nas clínicas privadas, já a VPP23, é oferecida nas clínicas privadas e no SUS. No SUS é liberado somente para asilados e grupos de risco.
Herpes zóster
Vacina de dose única recomendada pela SBIm como rotina para maiores de 50 anos, mas não pelo Ministério da saúde. Por isso só é aplicada na rede privada.
A SBIm indica a vacina para todos os idosos, mesmo aqueles que já tiveram a doença. A transmissão é através do contato com o vírus ativo nas lesões de quem está apresentando os sintomas.
A vacina é aplicada em maiores de 50 anos por terem maior risco de desenvolver a doença. Também reduz a possibilidade de novas lesões em quem já teve e previne a nevralgia pós-herpética.
A herpes zóster causa coceira, erupções cutâneas e dores. Em alguns casos agrava para uma dor crônica no local da infecção, com duração de mais de 100 dias, em média. O nome popular dessa doença é “cobreiro” e o nome da dor crônica, nevralgia pós-herpética.
No caso de quem já desenvolveu a doença, aguardar um intervalo mínimo de um ano entre a vacinação e a apresentação do quadro. Para quem teve quadro de herpes zóster oftálmico, a vacina não é indicada nem contraindicada, por falta de dados suficientes.
Dupla adulto (dT) e Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa)
Entre as vacinas para idosos temos a dT e a dTpa. A diferença entre elas é que a dT imuniza para tétano e difteria, e a dTpa imuniza para tétano, difteria e coqueluche. Entenda o que é cada doença e porque é importante a vacinação na terceira e quarta idade.
Coqueluche
A coqueluche, doença evitada pela dTpa, pode causar em idosos otite, pneumonia e complicações pela tosse persistente. Por isso é considerada de risco para a terceira e quarta idade, sendo recomendada a vacinação.
Ao contrário de outras doenças, ter sido vacinado ou ter tido coqueluche na infância não gera imunidade a longo prazo. Vale frisar que a imunidade é adquirida com a dTpa, a dT imuniza apenas contra difteria e tétano.
Tétano
Tétano é uma doença infecciosa grave, mas não contagiosa, causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani. A toxina ataca o sistema nervoso central provocando contração muscular. Se atingir os músculos respiratórios pode ser letal.
A bactéria atinge o organismo através de lesões na pele e pode ser encontrada em fezes de animais e humanos, em plantas, terra, e em objetos.
A taxa de letalidade entre idosos é alta no Brasil devido à baixa cobertura vacinal. A prevenção é a vacinação com dT ou dTpa. A SBIm recomenda como vacina de rotina para idosos, com aplicação da dose de reforço a cada 10 anos.
Difteria
Graças à vacina, os casos da doença no Brasil são raros. A vacina é a melhor prevenção para a Difteria, mas não mantém a imunização por muito tempo, por isso deve ser aplicada a dose de reforço a cada 10 anos.
A transmissão é por via respiratória ou lesões na pele e o maior risco são as complicações, como insuficiência respiratória ou dos rins e problemas respiratórios ou neurológicos.
Poliomielite
Idosos que forem viajar para locais com poliomielite endêmica devem tomar a dTpa combinada à pólio inativada para evitar as doenças. Essa vacina é encontrada apenas na rede privada e tem como nome dTpa-VIP.
Quando idosos devem tomar dT ou dTpa
Se o esquema de vacinação básico estiver completo é necessário reaplicar dTpa a cada 10 anos como dose de reforço. Em caso de ferimento grave, o reforço deve ser feito a cada 5 anos.
Para esquema de vacinação básico incompleto, tomar uma dose de dTpa + uma ou duas doses de dT. O importante é completar 3 vacinas contra tétano. Após, tomar a dose de reforço a cada 10 anos.
Quem nunca tomou essa vacina, deve tomar uma dose dTpa + duas dT, sendo a primeira dT 2 meses após a dTpa e a segunda, entre 4 e 8 meses após. Depois seguir com a dose de reforço a cada 10 anos.
Hepatite B
O Ministério da Saúde e a SBIm recomendam 3 doses da Hepatite B para adultos. Se o idoso não completou o esquema vacinal, deve fazê-lo o mais breve. A vacina pode ser encontrada nos postos de saúde gratuitamente.
Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
Como sarampo, caxumba e rubéola são incomuns em pessoas com mais de 60 anos, fica a critério médico, de acordo com a SBIm. Imunização realizada apenas na rede privada.
Febre amarela
O Ministério da Saúde recomenda dose única para pessoas até 59 anos. A SBIm recomenda para idosos não vacinados anteriormente por haver um aumento nos casos em idosos não imunizados. Converse com o geriatra para verificar a necessidade dessa vacina.
Meningocócicas conjugadas ACWY/C
Caso haja surto da doença no Brasil ou no país que o idoso for visitar, a SBIm recomenda a imunização com dose única e, caso necessário, dose de reforço. Aplicação em idosos apenas em clínicas particulares.
COVID-19
Esta vacina tornou-se importante no calendário vacinal dos idosos por evitar a forma mais grave da doença. Acompanhe a liberação das doses de reforço nos postos de saúde.
As vacinas para idosos são importantes para manter a imunidade e o calendário precisa ser acompanhado. Caso precise de ajuda para cuidar de um familiar doente da terceira ou quarta idade, entre em contato com a Rosinhas Cuidadores de Idosos.